Quando as luzes se apagaram e a música começou a soar todos, sem excepção, te procuram na imensa escuridão, na esperança de serem a primeira pessoa a vislumbrar-te.
Quando a luz se acendeu todos ficamos incrédulos por estares tão junto a nós, ali a meio passo de nós.
Quando finalmente começaste a cantar, a fazer aquilo que melhor sabes fazer, começou então a nossa longa viagem no fundo da fantasia.
Uma viagem que nos sensibilizou para o mundo à nossa volta: "São tantas batalhas, é tão funda a dor / São tantas imagens de abandono e desamores / Há gente caída no chão / Sem ninguém que os abrace, sem ninguém que os levasse /Antes da escuridão", que nos apaixonou: "É que eu quero-te tanto / Não saberia não te ter / É que eu quero-te tanto / É sempre mais do que eu te sei dizer / Mil vezes mais do que eu te sei dizer".
Uma noite mágica, em que todos cantámos contigo, e em que tivemos a certeza de "que há lugares que são pequenos abrigos / Para onde podemos sempre fugir".
Por isso, quando partimos levámos o coração um pouco mais quente, com a intenção de guardar "cada lugar teu / ancorado em cada lugar meu".
Eu estive lá... ontem, no Coliseu dos Recreios, no simplesmente inesquecível concerto da Mafalda Veiga.
ARC