domingo, 28 de agosto de 2011

Quando Acreditas...




Tanto que eu rezei
Sem ter provas de alguém ouvir
E cá dentro uma canção que não sei definir
Não temos medo já
Nem mesmo do que está para vir
Já movemos montes
Sem saber só a sentir

Quando acreditas há um milagre
Um sonho bom, não vai morrer
E os milagres estão para chegar
Se acreditares, vais conseguir
Mas só a acreditar

Medo e confusão
Por vezes rezas e é em vão
E a esperança voa além
Qual ave em migração
Mas estou tão bem assim
Um som tão bom no coração
Muita fé que faz sentir para além da razão

sexta-feira, 24 de junho de 2011

quinta-feira, 16 de junho de 2011

"Out of suffering have emerged the strongest souls. The most massive characters are seared with scars."

Khalil Gibran

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Café com leite

Era ali que ele se encontrava. Uma fila à minha frente. Era esta a distância que me separava de um alguém que imediatamente me fascinou. A sua calma, descontracção e paz de espirito, enquanto o padre responsabilizava a omilia, numa igreja de pedra mas onde o calor humano emanava e sufucava quem vestia uma farda. Ambos estavamos que livro aberto. Ele trazia o Evangelho e seguiu as leituras, atentamente, como há muito não via ninguém fazer. Eu trazia a agenda e encontrava-me a planear a semana, até ter reparado no senhor café com leite. Como já disse, fascinou-me. Não pelo Evangelho, mas pela paz interior que soube transmitir a quem o rodeava. "É médico!", disseram-me, depois de me verem fixá-lo. Era Cirurgião Ortopédico no hospital público mais próximo. Daí a calma e a paciência que transpareciam...

ARCG

segunda-feira, 28 de março de 2011

Princesa Desalento















Minh'alma é a Princesa Desalento,
Como um Poeta lhe chamou, um dia.
É magoada, e pálida, e sombria,
Como soluços trágicos do vento!

É fágil como o sonho dum momento;
Soturna como preces de agonia,
Vive do riso duma boca fria:
Minh'alma é a Princesa Desalento...

Altas horas da noite ela vagueia...
E ao luar suavíssimo, que anseia,
Põe-se a falar de tanta coisa morta!

O luar ouve minh'alma, ajoelhado,
E vai traçar, fantástico e gelado,
A sombra duma cruz à tua porta...


Florbela Espanca



sábado, 26 de março de 2011

Esta noite é tempo de apagar as luzes. É a chamada "Hora do Planeta" em que governos, empresas e população demonstram a sua preocupação ambiental pela Terra e pelas gerações que a habitarão no futuro.
Esta noite quando as luzes estiverem apagadas vou fingir que os problemas todos desepareceram, vou fingir que não estou num filme de terror ou que não me colocaram num daqueles melodramas (e que não sei como de lá fugir).
Esta noite com as luzes apagadas espero que as ideias sejam mais claras e que tudo o que move o ser humado seja novamente calibrado.
Esta noite quando apagarem as luzes e só contar com a luz das estrelas vou esperar que elas me iluminem, porque já diz o ditado, à noite todos os gatos são pardos...

ARCG

domingo, 9 de janeiro de 2011

Meus Lindos Olhos


Meus lindos olhos, qual pequeno deus
Pois são divinos, de tão belos os teus.
Quem, t'os pintou com tal condão
Jamais neles sonhou criar tanta imensidão.

De oiro celeste,
Filhos de uma chama agreste
Astros que alto o céu revestem
E onde a tua história é escrita.

Meus lindos olhos, de lua cheia
Um esquecido do outro, a brilhar p´rá rua inteira.
Quem não conhece teu triste fado
Não desvenda em teu riso um chorar tão magoado.

Perdões pedidos
Num murmúrio desolado
Quando o réu morava ao lado
Mais cruel não pode ser.

Este fado que aqui canto
Inspirou-se só em ti
Tu que nasces e renasces
Sempre que algo morre em ti.
Quem me dera poder cantar
Horas, dias, tão sem fim
Quando pedes só pra mim
Por favor só mais um fado.

Mafalda Arnauth

sábado, 8 de janeiro de 2011

«E, quando o presente é feio e o futuro incerto, o passado vem-nos sempre à memória como o tempo em que fomos felizes»

Manuel da Fonseca

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011