quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

A chuva dos últimos dias acorda-me a meio da noite. Como se de um verdadeiro despertador se tratasse, mas adiantado umas boas horas. Levanto-me, vou à cozinha, aqueço um copo de leite e, já na varanda, fico a olhar lá fora a chuva, a mesma que me acordou, a cair bem forte e o vento que abana as árvores e derruba aquelas que já de tão velhas não se aguentam de pé. Assim, por vezes, também me sinto eu, pensativa e abanada por todas as variáveis nas quais a minha vida se centra, e que me acabam por me derrubar num sono profundo, mas que tarda em chegar. Porque o mal do ser humano nasce quando pensa demais nos seus problemas, quando tem medo de tomar decisões e as vai adiando (até dar com elas em doido), quando esse medo lhe deturpa a razão e o faz não arriscar, acabando por perder os momentos que mais dão prazer na vida. Porque ninguém tem a certeza de nada. Porque todos nós tomamos decisões na vida sem 100% de certezas. Mas somos, sem dúvida, mais felizes quando as tomamos. E, principalmente, quando constatamos que tinhamos razão e não estávamos errados, quando não temos motivos para querer voltar atrás...

ARCG

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Hoje, a minha vida dava um filme. Ou uma novela. Ou um daqueles romances intermináveis, os quais não se consegue, mesmo, adivinhar o fim. Hoje, a minha vida virou montanha russa, sem que nada o fizesse prever. Hoje, se o meu coração conseguisse falar diria que está a ficar sem espaço dentro do meu corpo, não sei se devido à fúria que carrega se ao consolo que lhe dão. Hoje, como em tantos outros dias, a desilusão foi maior do que qualquer razão que possa ter havido. Hoje, só me apetece fugir, hibernar, e levar-me, em jeito de sonho, para um qualquer sitio onde possa sentir-me melhor...

ARCG