"Há corações duros. Daqueles que não podemos penetrar nem com uma picareta. Daqueles que nunca conseguimos ver por dentro. Daqueles que nunca largam um estímulo positivo. Daqueles que batem sempre da mesma forma, que nunca correm mais acelerados, e que também nunca abrandam o seu ritmo monocórdico. Depois há os corações moles. Daqueles que se derretem facilmente, que podem ser facilmente pisados por outros corações, talvez duros. Corações moles de quem toda a gente gosta, mesmo que nem sempre se saiba porquê. Depois há os corações generosos. Aqueles que não se importam de bombardear o seu sangue para os restantes órgãos. Daqueles para quem partilhar é a sua mais importante função. Daqueles que respeitam o outro e percebem que só têm um papel central na Vida porque entendem a necessidade de respeitar o Outro. Depois há os corações egoístas. Que admiram a sua cor vermelha e que não conhecem o verde do fígado ou o cor-de-rosa das amígdalas. Que não conhecem o arco-íris e que vivem afundados na sua própria textura, sem conhecer tudo o que, à volta dele, dá cor ao corpo. Depois há os soridentes, os emotivos e os apaixonados. Os tristonhos, os indiferentes, os orgulhosos e os tímidos. Há os simples, os complicados e os indecisos. Os decididos, os honestos e os mentirosos. Os fáceis, os complexos e os belos. Os inteligentes e os estúpidos. E depois vem AQUELE. Por quem o nosso bate.
Texto rudimentar, sem parágrafos e todo de enfiada. Porque, na vida, há apenas corações."
Texto rudimentar, sem parágrafos e todo de enfiada. Porque, na vida, há apenas corações."