segunda-feira, 7 de julho de 2008

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E se numa ocasião qualquer alguém te dissesse que não tinha o que muito desejava, não porque não pudesse, mas porque não quis. Confuso não? Foi o que eu pensei.
Quando se deseja muito uma coisa luta-se por isso. O querer e o alcançar algo estão sempre ligados ao que, depois, chamamos felicidade. Diria eu até perceber esta excepção.
Na verdade este sentimento que parece ser contraditório até tem alguma lógica, se é isso que lhe podemos chamar.
A razão e o coração são a chave para a solução. Se por um lado para algumas pessoas a racionalidade tem que estar a par com a irracionalidade, por outro outras pessoas só conseguem viver guiadas pelo órgão que faz a fronteira entre a vida e a morte.
Mas ainda há, embora em grade maioria, quem pense milimetricamente em tudo o que faz. A racionalidade em demasia não deixa as pessoas viverem livremente e faz com que não aproveitem alguns momentos bons da vida. Porém, quem segue sempre o coração, cai repetidas vezes nos mesmos buracos.
Por isso, adopto a postura do meio-termo. O equilíbrio entre a mente e o coração.
No entanto, em resposta à afirmação inicial, aquilo que posso dizer é que há uns dias percebi, plenamente, o que aquela pessoa me quis dizer. Há muito que ela já tinha desistido de sentir o amor. Agora ela pensava-o. Ultrapassara aquela fase, que ela definia como estúpida, a que chamam paixão. Hoje, ela amava a pessoa com quem estava. Amava com a cabeça. Amava, sem sentir necessidade "das loucuras estúpidas dos adolescentes", como ela costumava dizer. Hoje, era feliz, porque conseguia sentir (com o coração) aquele amor e, ao mesmo tempo, pensar em todas as suas acções relativamente àquela relação. E, acima de tudo, não aceitava que lhe chamasse louca ou hipócrita só por achar o amor 50% racional. Esta era a sua definição de amor. Por isso, aconselhava sempre a que antes de decidirem iniciar uma relação com alguém, que esquecessem o título do livro da Susanna Tamaro "Vai aonde te leva o coração"e pensassem primeiro. Pois há amores que o coração quer, mas que a cabeça não deve deixar, já que, muitas vezes, já se sabe como vão acabar.

Finalmente, hoje entendo-te!

ARC


Nota: não é auto-biográfico