segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Destino: Lisboa

Não há nada melhor na vida que reencontrar e reinventar velhos conhecidos e os transportes públicos, logo pela manhã, são o melhor local para isso acontecer...
No outro dia vi-te chegar à estação, com aquele andar tão característico teu. Não duvidei que eras tu e, quando te sentaste à minha frente no comboio pus-me a reviver, nos 20 minutos de viagem, os anos que partilhamos. Não me reconheceste, penso eu (porque embora tu estejas igual, eu estou diferente) nem nos olhamos nos olhos. Tu adormecias e só acordavas com o toque de mensagem no telemóvel, enquanto eu gravava este texto nos rascunhos.
Pus-me a adivinhar em que estação sairias, numa tentativa de adivinhar o teu presente e também o teu futuro. Sais-te na mesma que eu e na ligação ao outro transporte persegui-te os passos na esperança de serem os mesmos que os meus. Até foram, e continuei a seguir-te como se de uma detective esta história se tratasse. No entanto, mais à frente deixei-te ir... na tentativa de sobrar algum mistério deste encontro repentino numa manhã com destino a Lisboa.

ARCG