sábado, 5 de janeiro de 2008

Bem diferente...

"Dizemos que morremos quando queremos, esta teoria deixava-me fora de mim quando eu era viva - eu nunca quis morrer, os meus pais nunca quiseram morrer, nem a rapariga que neste instante pára o automóvel sobre a Ponte 25 de Abril e se atira para o cimento negro do rio quer morrer - quer apenas parar de viver, não é a mesma coisa.

(...)

- Todos estamos a morrer - dizias tu. Mas as crianças morrem mais devagar, abandonadas pelas fadas e pelos príncipes valentes, no negrume de uma floresta enlouquecida."

Inês Pedrosa, em «Fazes-me Falta»