sexta-feira, 30 de novembro de 2007

...

"Três semanas antes, vira cair granizo, que passados poucos minutos, dera lugar a um espectacular arco-íris que parecia emoldurado pelas sebes de azáleas. As cores tão brilhantes que pareciam vivas, levaram-no a pensar que, por vezes, a Natureza nos envia sinais, que é importante não nos esquecermos de que ao desespero poderá sempre seguir-se a alegria. Porém, o arco-íris desaparecera instantes depois e seguira-se nova saraivada.
Pecebeu que muitas vezes a alegria não passa de uma ilusão."

Nicholas Sparks em "Uma Escolha por Amor"

Abraçe...

Aproxime-se mais.
Tente sentir do que um abraço é capaz.
Quando bem apertado ele ampara tristezas, sustenta lágrimas, combate incertezas, põe a nostalgia de lado.
É até capaz de amenizar o medo.
Se for cheio de ternura ele guarda segredos e jura cumplicidade.
Um abraço amigo de verdade divide alegrias e se apraz em comemorações.
Abraços são pequenas orações de fé, de força e de energia.

Olhe para o lado: Há sempre alguém que quer ser abraçado e não tem coragem de dizer. Enlace-o.
O pior que pode acontecer é ganhar de volta um sorriso de carinho ou quem sabe, uma palavra sincera.
Você vai descobrir que ninguém está sozinho e que a vida pode ser um eterno céu de primavera.

sábado, 24 de novembro de 2007

Em paz...

Um dia destes alguém me perguntou:
- Tu estás feliz? - Assim, sem mais nem menos, no meio de uma conversa, que estava a tornar-se numa lenga-lenga.
Olhei para as pontas dos meus dedos e, instintivamente comecei a enrolá-los nos caracóis do meu cabelo.
- Estou em paz…
Sim, é verdade.
Enquanto estar feliz, é como estar-se apaixonada, pensa-se que se pode tudo e, tudo ao nosso redor está definitivamente certo, em harmonia com nossos planos, mas lá bem no fundo, existe alguma coisa que diz, que isso pode não ser eterno... qualquer coisa fora do círculo harmonioso do nosso sentir, pode acontecer e a infelicidade bater no nosso coração num instante...
Paz é diferente.
Certas coisas manifestam-se por si só... Só nós as conhecemos, só nós as sentimos...
E mais importante, sabemos que mesmo nos momentos mais infelizes, nos momentos mais críticos, o saldo pode ser positivo.
Tudo muda.
Até os nossos sentimentos e a visão que temos deles.
Enquanto a felicidade, pode ser apenas um instante, a paz pode ser duradoura...
– Que pena... eu queria, apesar de tudo, que fosses feliz.
Eu olhei através da janela e sorri...
Nem todos estão prontos para entender a diferença…


Hoje... estou Feliz...

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Para uma pessoa muito, muito especial!

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Hoje pareceu-me ver-te passar por mim na rua. Impossível, diriam aqueles a quem contasse este espisódio.
Mas, realmente, vi-te.

Sei que ja partiste à 8 anos (metade daqueles que tenho) e esta ausência torna-se cada dia mais dificil de suportar.
Não sei se fui a melhor neta do mundo, mas também não me lembro a 100% da nossa relação. Sei que passavas muito tempo a trabalhar, que estava pouco tempo contigo, e que dizem que tinha medo de ti. Duvido que seja verdade. Se fosse, as minhas saudades não seriam tão apertadas como são.

Espero que a tua análise da minha pessoa não seja negativa.
Pelo menos, sinto-me com o coração nas mãos ao escrever este texto, e com as lágrimas a escorrerem-me pela cara.

Não sei, especificamente, para onde foste. Sei que estás ai em cima, a olhar e a tomar conta de mim. Assim como se fosses um anjo da guarda. De certo modo, até és.

Não te esqueças que eu nunca me esqueci de ti, avozinho!
Nunca te deixarei morrer.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Os amigos de sempre!

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O conceito de amizade é algo difícil de definir e complicado de entender. Se há pessoas que acham que se forma a partir do convívio do dia-a-dia, existe, também, quem ache que a amizade não tem barreiras nem fronteiras.
Sendo assim, será que todas as nossas amizades o são na verdade? Ou será que andamos a definir, de forma errada, este conceito? Para mim, amizade é um sentimento que inclui a compreensão, a entreajuda, o perdão, as conversas abertas (sem ninguém ter medo de dizer alguma coisa que tenha feito, porque, de seguida, vai ser criticado) e o orgulho (no outro). Na minha opinião, muitas vezes, quem julgamos ser nosso amigo/a, não o é na verdade. As pessoas tendem a banalizar este conceito e a atribui-lo, por vezes, a quem conhecem há pouco tempo.
Amigo não é aquele que concorda sempre connosco (ao invés de chamar a atenção para as coisas mal feitas), não é aquele que pensa em si próprio e só depois em quem tem ao seu lado. Não necessita de ter muito de que se gabar, de se achar o melhor conselheiro do mundo ou ainda de querer “mandar abaixo” o outro.
Não! Um amigo não é assim. Como disse Menandro:
Feliz aquele que encontra um amigo digno desse nome”. Os amigos não precisam de ser muitos. Precisam sim, de ser bons! Necessitam de ter inteligência e coração suficientes para merecerem a confiança
de alguém (se não de toda a gente, pelo menos a minha).
Por isso acho que os verdadeiros e os melhores amigos são aqueles que nos conhecem muito bem e há muito tempo, e que conseguem perceber, ao mais pequeno sinal, aquilo que sentimos e/ou pensamos. Aqueles que partilham connosco os melhores e os piores momentos da vida. Aqueles que riem, choram, fazem maluquices connosco, adivinham o que pensamos, dizem a mesma palavra ao mesmo tempo.
Os amigos de sempre!
Suposto isto,
os amigos são a melhor coisa do mundo! E os meus (vocês sabem quem são) estão sempre aqui, no meu coração, independentemente de estarem longe ou aqui bem perto!

ARC

P.S.: Este texto foi uma experiência para o meu teste de produção escrita de português amanhã. Está bastante grande e muito pouco criativo. Desculpem.

sábado, 10 de novembro de 2007

"Alma de Pássaro"

«Tudo isto penso, sem nunca te dizer nos “mails”, em vez disso mostro-me interessada na tua viagem, nas aventuras que vais vivendo, nos sítios por onde já passaste. E nunca te pergunto quando voltas. Sei que, quando decidires será por ti e apenas por ti. Agora percebo o que querias dizer naquele almoço, quando falavas de generosidade e de amizade. Esqueceste-te de dizer individualismo. És uma pessoa avulso, Miguel, há procura da tua alma do outro lado do mundo, e eu tenho-a aqui adormecida nas mãos e não sei o que fazer dela, porque a tua alma se fundiu, em tempos com a minha e não consigo olhar para dentro do meu coração sem te ver lá, mesmo que tenhas escolhido outro caminho. Os destinos vivem-se como uma outra vida e eu tento todos os dias – acredita, porque é mesmo verdade - olhar para os dias e enchê-los sem ti. Mas em vez disso, contemplo-os como se não fosse eu a vivê-los, enquanto treino em surdina um verbo novo, que quer queira quer não, vou ter que aprender a conjugar em todos os tempos e modos. O mesmo verbo que me deu força quando a minha mãe morreu: o verbo aceitar. Aceitar que já me amaste, que nada é eterno e tudo muda, que a vida é feita de momentos, que devia estar-te grata por todo o amor que me deste, pela tua frontalidade e sinceridade. Aceitar que o meu amor por ti não te podia roubar a juventude, aceitar a perda e a ausência daqueles que amo. Amar alguém é deixá-lo partir, olhar o céu e ver na dança da lua um momento qualquer em que talvez voltes, sem nada pedir nem nunca esperar… »

Margarida Rebelo Pinto em " Alma de Pássaro"

Para pensares!

Decidi que este seria um "post" escrito por mim, não porque mereças, mas porque, a única forma que tenho de me livrar do que ainda resta de ti, é a escrita.

Não sei o que pensas do que se passou. Se ficaste com a mesma visão que eu. Só sei, que o cansaço e a desilusão me derrotaram, a mim e ao que ainda restava de ti.

Podes pensar o que quiseres. Até podes achar que sou algo hipócrita. Ou não. Não me conheces o suficiente para isso. Não te conseguiste aperceber da minha maneira de ser. Estavas tão concentrado em ti, que nem viste quem estava a sofrer ao teu lado. Não me podes julgar e essa é a maior das minhas satisfações. Poderia enumerar as coisas que tu gostas, mas, pelo contrário, tu não o conseguirias fazer. Poderia deixar aqui os traços da tua personalidade, tu não. Nem sequer o facto de termos discutido, devido à minha personalidade, te ajudaria nesta tarefa. Nem todos somos perfeitos, eu sei, mas há pessoas que tentam pôr os seus defeitos de lado, nem que seja por um instante, e serem pessoas melhores. Tu não. Eras como és, e nem olhavas para ver se tinhas magoado, quem mais gostava de ti. Não foste, e não és, tão adulto quanto pensas. As tuas birras faziam-me lembrar aqueles putos mimados lá do infantário. Querias mudar os meus princípios, as minhas opiniões, os meus instintos... ainda bem que não me deixei levar por isso. Se há coisa que detesto são pessoas que pensam que mandam em mim, que não têm o mínimo de respeito pelas outras pessoas. Tu sabes do que falo.

Sei que pode parecer que estou a ser má, mas esta é a realidade e, por isso, se é essa a ideia que estou a transmitir, é porque tu também não foste, em certa parte, melhor para mim.

Se estás a pensar no quanto cobarde foste naquela altura, lembra-te (embora não me conheças), que para mim as desculpas não se pedem, evitam-se. Sei (e esta pode ser a parte má da minha personalidade a falar, mas que hei-de fazer, também a tenho) que pedir desculpa é fácil, desculpar ainda mais fácil o é... agora perdoar? Não peças aquilo que não consigo fazer. Sei que todos, ou melhor quase todos, merecemos uma segunda oportunidade, mas não ta consigo dar. O rancor, que ainda existe, não mo permite.

Este texto foi escrito para encerrar um capitulo na minha vida. Pode ser, que assim, aquele espaço que era teu possa ser ocupado por outra pessoas no meu coração.

Não tenho mais nada para te dizer. Como diria Eugénio de Andrade: "As palavras estão gastas. Adeus".

ARC

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Às vezes, somos duas pessoas!

"Ele pega-me por um braço, torce-mo até doer, e eu caio de joelhos no chão. Então, ele olha-me de alto e repete: «Pedes perdão?». Observo-lhe os sapatos, com a dor o folêgo começa a faltar-me, por isso abro a boca e sai uma palavra, sim, essa mesma, perdão.
Estamos outra vez sentados, e ele sorri, contente, e diz: «De hoje em diante, muda-se de vida!» e, enquanto ele fala, eu tenho a certeza de que quem disse aquela palavra não fui eu, foi outra pessoa.
Até esse momento nunca tinha reparado que não somos um, somos dois."

Susanna Tamaro em "Para uma voz só"